Michael Porter, professor de administração e economia da Universidade de Harvard, publicou na década de 70 um artigo que fala sobre estratégias que moldam a competitividade dos negócios. Para quem estuda administração ou está entrando no mundo dos negócios, sugiro que conheça as chamadas “5 Forças de Porter” para não orientar suas ações e dar um direcionamento mais assertivo em todas as fases do seu negócio.
Para ilustrar os conceitos de Porter, eu vou usar aqui como exemplo da ”Uber”, a empresa que reúne motoristas particulares, disponíveis a partir de um aplicativo próprio.
Rivalidade entre concorrentes
Essa é considerada a força central dos negócios, afinal, se você não souber quem são os seus concorrentes fica um pouco mais complicado conseguir se destacar no mercado em meio à outras empresas que já fornecem o mesmo produto ou serviço que você. Segundo Porter, estão englobados aqui concorrentes diretos, aqueles que vendem o mesmo produto. Nesta batalha, muitas vezes, é a publicidade que chama a atenção ou não dos potenciais compradores.
Nesse caso, por exemplo, a empresa Uber entra no mercado como concorrente direto dos serviços de taxistas. Ambos têm como produto o transporte privado de passageiros e ao terem aplicativos de celular como seus parceiros na busca por clientes, os dois serviços apresentam códigos de desconto e possibilidade de prever o valor da sua corrida até o destino final.
Barreira à entrada de concorrentes
Em alguns ramos de atividade existem barreiras que podem impedir a entrada de novos concorrentes deixando a briga mais complexa. São exemplos de impeditivos o custo de capital necessário para começar o negócio, restrições governamentais, entre outros.
No caso do exemplo Uber, a principal barreira que a empresa teve que enfrentar foi da falta de permissão que algumas cidades possuíam para este tipo de serviço. Alguns governos não aprovavam o fato de existir um aplicativo em que se pode chamar um motorista particular em casa. Depois de algumas reuniões políticas, algumas cidades passam a legalizar essa atividade deixando, então, que a empresa começasse a trabalhar.
Poder de barganha do fornecedor
O fornecedor de um negócio pode ser o ponto crucial do lucro da empresa ou não, sabia disso, empreendedor? Quando um setor é monopolizado por uma empresa ou possui pouca variedade entre fabricantes, é muito comum que se tenha pouco poder de negociação no cálculo final da compra. Sem falar dos preços exorbitantes que podem ser impostos pelo fornecedor ao saber que você não tem muito mais escolha na hora de conseguir a matéria – prima do seu produto. Um vínculo de dependência pode ser criado e o seu lucro comprometido se regras claras não forem impostas desde a primeira negociação.
No caso do nosso exemplo do Uber, não existe esse tipo de problema já que eles trabalham com diferentes tipos de carros e estão presentes nos dois sistemas operacionais de telefone. Mas no caso da sua empresa produzir bens diferenciados e escassos, por exemplo, e somente duas fábricas conseguirem lhe disponibilizar a matéria – prima que precisa, com certeza, os preços apresentados serão distintos também. Na prática, isso quer dizer que você não terá muita escolha a não ser aceitar essas condições impostas pelo fornecedor.
Poder de barganha dos compradores
Nesse cenário, o comprador é quem influencia totalmente no seu lucro. Geralmente isso acontece quando um produto tem um concorrente direto que não apresenta quase nada de diferenciação a não ser o preço ou condição de pagamento. Então, ele joga uma empresa contra a outra a fim de forçá-los a apresentar uma proposta que seja válida para ele, mas não necessariamente boa para nenhuma das duas empresas. O marketing de vendas, a fidelização da loja revendedora, a preferência por marca, esses são alguns dos fatores que influenciarão na hora da compra de tal ou tal produto.
No caso do Uber, nosso exemplo, o Cabify é outro serviço de motorista particular que apresenta praticamente as mesmas opções, funcionalidades e vantagens. O que faz com que os clientes decidam por um ou outro é a quantidade de promoções e isenções de pagamento que cada um deles fornece para seu usuário. Tanto que existem pessoas que usam os dois aplicativos e que decidem qual utilizar na hora graças a um código promocional que aparecer para ele ou não.
Ameaça de produtos ou bens substitutos
Exemplo clássico é da câmera fotográfica com filme que praticamente não é mais usada porque existem as câmeras digitais. Em alguns ramos de atividades, esse é um risco muito comum graças aos avanços da tecnologia que transformam antigos problemas em novas soluções. Outra situação é da compra automática, quando o público está acostumado a consumir determinado produto e estão passa a explorar uma nova opção, saindo do automatismo, e deixando o antigo serviço sem público consumidor.
Voltando ao Uber, a empresa possuiu a prova social (testemunhos) de vários usuários do aplicativo que deixaram de usar táxis e que agora somente usam seus serviços por um valor bem mais acessível que o praticado pelos concorrentes.
Essas 5 táticas exploram o quanto uma empresa está sujeita a fatores de concorrência, disponibilidade, fornecedores e compradores para garantir o seu sucesso. A ideia é que todo empreendedor tenha conhecimento sobre isso para que possa dar um tiro certeiro nos negócios desde o início, levar seu negócio para o próximo nível e conquistar sucesso!