Concordata – Quando um empresário está em “apuros”

Estar em apuros não é uma situação muito favorável ao empresário, até porque ninguém gosta de estar nesta posição desconfortável. Entretanto, como o mundo dos negócios pode ser um tanto quanto imprevisível, é importante estar atento e preparado, para quando isso acontecer, você empreendedor saber como tirar a sua empresa desta. Para isso, uma boa organização e um planejamento forte desde o início do negócio ajudam você a nunca chegar a esse ponto: o momento de pedir concordata.
 

O que é a Concordata?

 
Quando uma empresa tem tido muita saída de dinheiro em prestações de contas, despesas com funcionários, custos com estruturas e não tem recebido em vendas um valor que consiga pagar e cobrir estas aplicações de dinheiro, sua situação pode acabar ficando complicada. Isso porque a empresa acaba entrando numa “bola de neve” de despesas que nunca consegue pagar e de gastos de dinheiro que não consegue recuperar, causando mais e mais gastos todos os meses.
 
Mas, o que se faz numa hora dessas? Declara-se a falência da empresa e perde-se tudo que investiu e construiu durante esse período ou então se tenta recuperar o que é seu?
 
Se você optou pela segunda opção, então é hora de pedir uma concordata. Em outras palavras, a concordata é um formato judicial que visa dar mais prazo para a empresa devedora conseguir recuperar suas finanças, e conquistar um montante suficiente o bastante para quitar todas as suas dívidas. Esse é um dispositivo legal que pode ser acionado antes de se declarar a falência, já que assim é possível tentar conseguir reverter à situação.
 

Como a concordata funciona?

 
Se todo o mês o valor que entra de receita não é o bastante para pagar as despesas, o negócio acaba nunca conseguindo se recuperar e estabilizar os seus gastos. Portanto, a partir do momento que se opta pela estratégia de recuperação do seu empreendimento, a empresa consegue prorrogar os pagamentos mensais que acontecem e que dificultam essa organização e, então, pode ao invés de desembolsar tudo que entra, conseguir juntar um pouco mais de dinheiro antes. Essa é uma teoria que diz que sem os gastos atuais, o capital de giro da empresa consegue se recuperar ao usar todo valor de receita para investimentos.
 

Mas esse termo ainda existe?

 
Na verdade, não. Concordata não é mais um termo utilizado no meio jurídico, pois foi trocado por “recuperação judicial”. O sistema é o mesmo e a prática continua sendo a melhor forma de conseguir reestabelecer um negócio que tem potencial, mas que foi mal planejado ou gerido e se afundou em dívidas.
 

Quem pode acionar esse recurso?

 
Pensa-se que uma microempresa não precise entrar nesse looping de contas e despesas se conseguir ter um bom planejamento. Afinal, os custos aqui não são tão grandes e podem até ser resolvidos com o pedido de um empréstimo. Mas quando médias e grandes empresas enfrentam esta dificuldade, a concordata é uma alternativa para buscar sair dessa sem perder tudo de uma vez ao declarar a falência do lugar.
 
A ação da concordata ajuda o empreendimento a se recuperar porque aumenta o prazo de pagamento de suas contas em até 36 meses. Segundo pesquisas e casos que já foram relatados à justiça especializada, esse é um período em que é possível sim se reerguer e voltar a ter autonomia financeira.
 

Quais os passos a serem seguidos depois do pedido da concordata?

 
A ideia é que, quando uma empresa não tem mais para onde seguir já que está atolada em dívidas, deve pedir a concordata antes de declarar a sua falência. Afinal, essa é uma forma de ganhar um tempo que não se tem de conseguir resgatar o que se perdeu ou o que não se está ganhando.
 
Portanto, na hora que o pedido estiver deferido, o próximo passo é pensar num plano de recuperação e como executá-lo. Isso vai mostrar, judicialmente, que ainda dá tempo de conseguir mudar a situação atual da empresa, mas que, para isso, seria necessário tempo para se juntar valores que paguem as dívidas em geral. Então, um plano de recuperação visa pensar em estratégias de como restabelecer a empresa. Ideias que podem ou devem estar nesse plano são:
 
● Aumentar as vendas: isso seria a maneira mais básica e correta de se conseguir mais verba ao longo do período acordado;
 
● Diminuir estrutura: quem sabe é hora de cortar gastos com infraestrutura, fechar a sua sede física e transformar seu negócio num e-commerce?
 
● Reduzir funcionários: pode ser uma solução temporária, diminuir a sua equipe para que os valores gastos com funcionários diminuam também;
 
● Pesquisar fornecedores mais baratos: não gastar tanto para produzir o seu produto pode ser a chave de se ganhar mais lucros no final da negociação.
 
Por fim, antes de tomar qualquer decisão sobre o futuro do seu negócio, é extremamente válido colocar tudo no papel. Listar despesas, ganhos, estrutura, forma como a empresa está sendo gerenciada; procurar fontes de desperdício do dinheiro e, pensar como reorganizar seu negócio para ajudá-lo a restabelecer no futuro. Empresas que pedem concordata não têm condições de continuar se não tiverem esse “ganho de tempo” para conseguir se reerguer. Por isso, você precisa comprovar que não tem condições de continuar pagando (ou não) pagando suas despesas mês a mês sem este fôlego nos prazos. Então, se o seu pedido for aceito pela justiça, é hora de pensar a frente, mudar estratégias, fazer diferente e buscar a todo custo transformar a sua empresa em algo que tenha futuro! Boa sorte!
 
Gostou de saber mais sobre este assunto? Sabia que antes de pedir falência uma empresa poderia recorrer à concordata? Deixe seu comentário, aproveite e compartilhe este artigo com seus amigos empreendedores em suas redes sociais.

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Marcus Marques

Empresário e Empreendedor
Marcus Marques é mentor e referência em gestão para pequenas e médias empresas. É sócio diretor do Instituto Brasileiro de Coaching - IBC*, empresa líder de mercado construída junto com seu Pai (José Roberto Marques) que tem mais de 500 colaboradores. Seu conteúdo é recomendado pela Exame.com e foi eleito em 2016 Empreendedor do Ano com o #PJB Prêmio Jovem Brasileiro. Com base em sua formação e experiência prática, criou a metodologia Acelerador Empresarial, onde mais de 1.000 empresas já participaram de seus programas Quer conhecer os resultados e o perfil completo? Veja tudo sobre o Marcus aqui.

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